terça-feira, 1 de novembro de 2011

O Terreiro Ideal

Eu pertenço ao meu terreiro ideal, é ideal pelo simples fato de eu não idealizar nada, apenas vivencio o muito que há aqui para aprender, é ideal pois estou disponível verdadeiramente e meus irmãos também. Há uma intenção clara em mim de seriedade ou ao menos buscar tornar-me sério junto com outros. É ideal pois mesmo que eu tenha algum problema com um irmão estou disponível ao diálogo e a preservar a paz e a harmonia como bens preciosos de amor, somos uma família. Aqui aprendo todos os dias o valor da disciplina e do silêncio. Minhas mãos estão sempre disponíveis ao trabalho e ao auxílio, temos muitos pares delas em ação. Pertenço ao meu terreiro ideal onde brilha a Umbanda, onde eu aprendo todos os dias a ascender meu candeeiro e juntar minha luz à de outros no farol que meu terreiro é na Umbanda. Sou feliz aqui, muito há o que fazer, trabalhar e aprender, não sou o tipo humilde mas estou aprendendo a ser somente eu mesmo e desenvolvendo o silêncio, um verdadeiro aprendizado de prazer...não há tempo para a discórdia ou para o engano, pois não me dou este tempo.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Trânsito Religioso


O Problema do trânsito religioso na Umbanda está intimamente ligado ao que se apresenta como Umbanda,  não tenha dúvidas que muitos não se agradam do que está disponível.
Sem querer abrir polêmica lembro a alguns que tanto falam sobre a história e o crescimento da Umbanda, principalmente no Rio e em São Paulo, que a Umbanda cresceu muito e se estabilizou durante o crescimento das vertentes tão criticadas chamadas esbranquiçadas, Os Zelistas e os discípulos da Escola de Mirim trouxeram isto como um legado, e é no momento do surgimento de outras vertentes, ditas africanistas ou mesmo herméticas, que levanta a onda neopentecostal no Brasil.
É bem verdade que este movimento neopentecostal é um movimento mundial que repercutiu aqui primeiro vindo dos EUA, mas se observa hoje em todo o globo, até na China existem.
Mas aqui eles ganharam força inegável dos que não aceitaram o crescimento dos cultos marcadamente de raíz africana, enquanto em todo o mundo os neopentecostais tem uma ação evangelizadora e messiânica, aqui eles são combatentes da Guerra Santa que travam contra nós, e pela sedução criada por imagens de poder e força atraem aqueles de personalidade maleável de outros credos.
Os ex-umbandistas que migram para a onda pentecostal o fazem simplismente pois se sentem arrependidos de suas práticas anteriores e da sedução de poder e Glória de um Deus que é fiel, como dizem, simplismente trocaram o foco de seu mercantilismo, antes davam isto ou aquilo para entidades fazerem coisas, agora dão seu testemunho e cerram fileiras se dizendo salvos pelo Senhor, em correntes de prosperidade, dizendo que Deus fará por suas vidas pois creem... são como os judeus do Exodo, à primeira onda sedutora apontando poder e beneces em troca de adoração, contraponto à disciplina e observação do preceito religioso mais laborioso, se ajoelham e adoram o ídolo dourado da moda. Apenas mudou o foco da troca.
Outros se afastam da Umbanda e se dizem sem religião, movimento claro de desencanto, na maioria das vezes não por desacreditar da eficácia dos preceitos e fazeres, mas por não concordar com as práticas do que lhes foi apresentado como religião.
Eu mesmo, muito embora simpatizasse com a Umbanda, sempre me disse espiritualista e que a Umbanda era um culto de irresponsáveis sem noção do que realmente fazem, apoiados somente na confiança sobre o que não tem ideia do que é ou como funciona, um arrebanhamento de gentes sem seriedade e seduzidos pelo fenômeno e não pelo fundamento.
Mudei minha opinião e hoje sou Umbandista, mas ainda acho muitos são irresponsáveis e apoiados em preceitos, práticas e fazeres que não tem a mínima noção de como funcionam ou qual a consequência de seu movimento no astral após fechar a gira e apagar as luzes do terreiro, e pior: hoje eu acredito que existam vários que sabem perfeitamente o que fazem e as consequências do que fazem, porém mesmo assim preferem caminhos que tragam valores mais práticos, contas bancárias, poder e força de persuasão para conseguir lucro e mais poder.
Entendam que não estou dizendo que os fazeres de outros grupos estão errados, sejam de baixa qualidade ou fazeres menores, digo exatamente que as pessoas não tem a menor consciência do que fazem.
Outros ainda, como eu era, se colocam críticos, não negam o valor da Umbanda, reconhecem e são reverentes às entidades, porém não encontram o aquilo com que se afinem, pelos exatos motivos que exemplifiquei na postagem anterior.
Isto é muito claro para mim pois fui um destes afastados ou migrantes e por muitas vezes conversei com outros que colocaram exatamente isto que falei, não adianta esconder o sol com peneiras, o que existe divulgado por ai como Umbanda não é o melhor de nós para estas pessoas, e veja que este movimento migratório não diminuiu e é claramente uma tendência...

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A medida do meu tamanho

Sou do meu tamanho, e sei disso pela luz em minha fronte, mas também pela sombra que projeto, no Amanhecer bato cabeça saudando a Luz Maior, ao meio dia de pé me banho na Luz, ao anoitecer me ajoelho agradecido por existir, assim quem sabe eu produza menos sombra no chão...
Estou apenas aprendendo com outros que também menos sombra fazem no chão, ... quanta luz...

http://youtu.be/357UuB48cF0

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Ets, salvação e reintegração


A humanidade é muito maior do que imaginamos, humanos são seres que pertencem a um tipo específico que não é exclusivo da terra, posto que o espírito não conhece tempo nem lugar e a vida é o mais incidioso "acidente" que se pode imaginar, ela teima em encontrar uma forma de se fazer presente mesmo que não haja logicamente razão alguma, a vida encontra sempre uma forma e um caminho. Por que se firmar a atenção peceberá que tudo é vida, que tudo pulsa, que tudo tem razão e objetivo e pode-se entender que tudo tenha algum nível de inteligência, o fato de não entender um ciclo ou estado da criação não quer dizer que ele não tenha léxo, quer dizer que eu não entendo o que quer dizer e isto é bem diferente. Não existe nenhuma importancia em ser humano ou Et, existe importancia em ser uma potência viva que porta uma centelha do criador, sob este ponto de vista tanto faz se é um animal, uma pessoa, um Et, ou uma outra forma de consciência qq, toda a consciência é viva e toda a vida é santa, toda a vida é necessária e tudo serve ao Criador. Quanto à ponderações sobre se existem ou não Ets, a ciência já de a muito deixou de considerar isto uma questão, o que se coloca é sabe-los e entende-los quando nos deparar com eles, afinal tendemos a só aceitar ou até mesmo enxergar o que nos é conhecido o demais torna-se invisível ou descartável como possibilidade. Digo sem medo de errar que existem inteligências cósmicas que conscientemente trocam com outras pelo universo afora, que trocam com o nosso planeta, outro ser vivo e consciente, e conosco também em determinadas ocasiões, bastando que estejamos preparados para aceitar ou entender. O que critico no discurso dos que defendem o culto Et é a pouca relação com a realidade que eles passam, a tentativa alucinada em achar salvação ou esperança em algo fora da terra como se houvesse salvação fora em qq lugar, seja a rua, a casa do vizinho, o planeta Marte ou outro plano de existência espiritual. A salvação está em conciliar-se consigo mesmo, com sua própria história e essência, se houver um cataclisma mundial e morrer a maior parte de nós assim mesmo pouco importaria no plano de Deus, isto já é esperado, acontece de tempos em tempos e está cada vez mais perto de acontecer visto que o último já tem alguns milhares de anos, portanto é mais inteligente buscar Deus dentro de nós, função de qq religião decente, de subir e integrar-se cada vez mais com o que se coloca a nossa volta, de respeitar a vida como dádiva para ser cuidada e não corrompida. É mais importante para mim lutar pelo meu equilíbrio pessoal e buscar uma síntese de mim mesmo através da integração com o todo  a minha volta que preocupar-me se as águas vão subir em 2012, ou se um meteoro atingirá a Terra em quantos dias ou anos, a salvação não está em pegar a nave espacial mais próxima, está em saber-se cumprir o próprio caminho com simplicidade e honestidade, não somos imortais e esta mortalidade impassivel e decisiva é a maior amiga que temos, propicia que possamos começar outra vez em outra oportunidade com outras influências e outras possibilidades para fazer a mesma coisa até acertar. Saravá a toda a criação, deste e de outros mundos, deste e de outros planos e tempos. Eu saúdo a paz.

Consciência


As pessoas estão sempre buscando algo mágico, místico e maior que a própria história para sentirem suas vidas desimportantes um tanto mais "encantadas", necessitam de grandes mistérios, de assombros fantásticos e fenômenos palpáveis.  A vivência da religião é muito mais simples e próxima de nós se nos despojar de orgulhos e das bobagens mirabolantes que construimos para nos achar maiores do que nossa simples insignificância, Caboclos vivem a simplicidade da emanação divina de Orixá, são a verdadeira contemplação de Deus manifestado e por isso acabam sendo a encarnação do vento, do burburinho das águas dos rios, dos mares, a luz refletida na neve no alto das montanhas e a respiração da terra no ciclo das marés, mas nós somos muito tolos para nos apreciar como como simplesmente parte da criação, parte singela e mínima, tomamos a terra com arrogância, achamos dominar o tempo e as coisas da vida com máquinas e cientificismos, Benjamim Figueiredo , cavalo do Caboclo Mirim falava sobre viver a simples humildade de ser pequeno para voar a grandeza da própria luz interior, sinceramente não me lembro a frase correta e assim que me lembrar ou localizar em meus papéis e acrescento aqui.  O que sei é que não há outra saida em nossa religião ou em qq outra séria que não seja a diminuição do ego, a doação como eixo de mudança interno e para isto muito pouco do que vemos por ai tem algum sentido.  Viver na luz de seu Orixá é viver na contemplação do que é simples e divino atravéz da vivência e união com o todo, a ampliação de si mesmo e de suas possibilidades através do despojamento de tudo o que pese, de tudo o que amarre, de tudo o que não seja integração.  O caminho de Pretos-Velhos é a paciência e a humildade, façamos nós este caminho e se assim for não haverá lugar para testar entidades ou correr giras de terreiro em terreiro buscando algo mais fantástico ou impressionante que a luz de cada Amanhecer, e se encantar em sabe-la dentro de si...

domingo, 17 de julho de 2011