terça-feira, 29 de setembro de 2009

Reciclarte - Projeto Carnaval Reciclado

Projeto Reciclarte Carnaval



1. Diretrizes e objetivos:


  • Alternativa de trabalho e renda para trabalhadores e artesãos do carnaval fora do período do evento.

  • Ensino de novas técnicas e cursos de aperfeiçoamento

  • Apoio ocupacional e profissionalização para jovens e idosos

  • Reciclagem de detritos reminiscentes da confecção das fantasias e alegorias de carnaval

  • Reciclagem de outros detritos vindos da catação de lixo para a utilização no carnaval, em espetáculos e shows como material para confecção de elementos cenográficos e indumentária.

  • Discussão e conceitualização estética pertinente ao carnaval e mundo dos espetáculos

  • Discussão e conceitualização estética dos materiais utilizados no carnaval.

  • Produção de materiais cenográficos para utilização em escolas de samba, carnaval, eventos shows e espetáculos a partir dos materiais reciclados.



2. Pré-requisitos legais:


Alinhamento a uma incubadora de projetos cooperativos tal qual a incubadora da UFRJ ou de programas desse tipo no sistema SESC/ SEBRAE


  • Nº de membros ( 20 pessoas)

  • sede

  • veiculação

  • apoio técnico

  • apoio financeiro

  • convênios

    3. Definição de convocação de parceiros


  • LIESA

  • Escolas de Samba do 1º e segundo grupo, blocos e Empresas de eventos

  • Produtoras de shows e eventos

  • Produtores culturais

  • Escolas e universidades públicas e particulares dedicadas ao ensino da Arte-Educação

  • Empresas empenhadas no desenvolvimento ecologicamente sustentável

  • Sistema SENAC/SEBRAE

  • Feiras e eventos ligados ao conceito de reciclagem

4. Definição da linha de reciclagem a ser abordada


  • pesquisa sobre objetos de decoração, elementos cenográficos, moda e confecções

  • linhas de pesquisa em formas e volumes

  • definição de necessidades de mercado mediante as habilidades e tendências já existentes no grupo

  • pesquisa de materiais:

  1. reciclagem em metais

    noções sobre soldagem e usinagem de materiais metálicos


  1. reciclagem em tecidos e aviamentos

noções de plástica e cromatismo em tecidos


  1. reciclagem em papel

confecção de papéis e papelão

noções de cartonagem, encadernação

restauração de papéis e documentos


  1. reciclagem de resíduos plásticos

  1. reciclagem de garrafas pet


  1. Mapeamento das fontes de materiais recicláveis para o projeto


6.





Reciclarte - Projeto Arte de Orixá

Busco parceiros para projeto de pesquisa e confecção de objetos voltados para o universo das religiões de matriz africanas a partir do estudo das lendas dos orixás e dos diversos cultos: Umbanda, Candomblé, Omolokô, capoeiras e etc.

Este projeto não tem data limite de inscrição nem nº máximo de colaboradores, estamos abertos para a colaboração e participação de todos


emporioedfecone@gmail.com


RECICLARTE

Cooperativa:


1. Diretrizes e objetivos:

Alternativa de trabalho e renda para irmãos da Umbanda e do Candomblé
Ensino das lendas dos orixás como ligante de todas as vertentes do projeto
Apoio ocupacional para jovens e idosos
Reciclagem de detritos
Discussão e conceitualização estética pertinente à Umbanda e ao Candomblé
Produção de materiais para decoração e objetos de uso nos rituais religiosos

2. Pré-requisitos legais:


Nº de membros ( 20 pessoas)
sede
veiculação
apoio técnico
apoio financeiro
convênios

3. Definição de convocação de parceiros

4. Definição da linha de reciclagem a ser abordada

pesquisa das necessidades de objetos de uso ritual nos terreiros
pesquisa sobre objetos de decoração domésticos com base na religião
linhas de pesquisa estética
pesquisa de materiais
uso de materiais segundo fundamentos religiosos


5. Mapeamento das fontes de materiais recicláveis para o projeto


Projeto Arte de Orixá



1. Diretrizes e objetivos:


  • Alternativa de trabalho e renda para irmãos da Umbanda e do Candomblé


Tendo em vista a realidade da grande maioria dos médiuns e freqüentadores de centros e tendas de Umbanda e Candomblé, as camadas com menor acesso às oportunidades, à informação e o sabido preconceito existente em relação aos filhos de religiões de matriz africana, e mesmo o preconceito intra-religioso vimos a necessidade de apresentar uma alternativa de trabalho, profissionalização e renda, bem como os meios para o crescimento e o congraçamento das diversas linhas e tendências existentes entre estas pessoas no que diz respeito a seus rituais e particularidades de culto.


  • Ensino das lendas dos orixás como ligante de todas as vertentes do projeto


Leitura e análise das diferentes lendas sobre Orixás e encantados, podendo se estender às entidades diversas.


  • Regate da dignidade e apoio ocupacional para jovens e idosos


    Nos dias de hoje em que tudo que é desvio está muito à mão de todos e principalmente aos nossos jovens, e de outro lado a sociedade capitalista descarta precocemente a força de trabalho e a palavra dos mais velhos e experientes, vemos a necessidade de resgate dos conselhos dos mais velhos e a valorização da experiência e da senhoria do tempo, que é balizar da grande maioria das culturas ancestrais e das religiões de raiz africana.

    Resgatar os conhecimentos e as experiências dos mais velhos e trazer para a discussão para os mais novos de temas de interesse da religião de da vida material, e ambos dedicarem-se à pesquisa de novas formas expressivas em arte para traduzir tais conhecimentos e tradições, repensar a vida e reafirmar suas origens e tentar observar o diverso através das semelhanças entre elas.

  • Discussão e conceitualização estética pertinente à Umbanda e ao Candomblé


Busca de padrões que sejam gerais e valorização da riqueza e diversidade de linhas e influências de origem e pensamentos teológicos.

Análise da ética e da moral religiosa que determina o padrão estético dos vários cultos e religiões de raiz africana de de outras que influíram e influem ainda hoje em nossas vidas.


Objetivos práticos em arte:


  • Reciclagem de detritos


Determinação de técnicas e meios de produção para o trabalho com os materiais sugeridos pela pesquisa estética do estudo das religiões.

Busca de uma nova ética teológica que inclua o respeito ao meio ambiente e a integração do homem em si mesmo, em seu ambiente e com o Divino.


  • Produção de materiais para arte, artesanato, decoração e objetos de uso nos rituais religiosos


Discussão de projetos coletivos e individuais em arte e artesanato.

Divisão de grupos em oficinas de produção artística mediante alinhamento ou proposição de projetos.

Definição de monitorias.

Necessidade de busca de parcerias para a viabilização de projetos

Espaço físico próprio para o desenvolvimento dos trabalhos.


2. Pré-requisitos legais:


Alinhamento a uma incubadora de projetos cooperativos tal qual a incubadora da UFRJ ou de programas desse tipo no sistema SESC/ SEBRAE.


  • Nº de membros ( 20 pessoas)

  • sede

  • estatutos

  • veiculação

  • apoio técnico

  • apoio financeiro

  • convênios

  • apresentação da produção material e intelectual



3. Definição de convocação de parceiros


Definidos por acordo entre os membros, segundo as necessidades dos diversos grupos de trabalho.

Aproximação com universidades públicas ou particulares que aceitem dar apoio técnico e institucional bem como a formação de convênios.

Formação de uma carteira de clientes para escoar a produção das oficinas.

Buscar a formação de um conselho de beneméritos com fins de financiamento e visualização entre os formadores de opinião.

Buscar parcerias para a divulgação de nossas atividades e produção.

Empresas empenhadas no desenvolvimento ecologicamente sustentável


4. Definição da linha de reciclagem a ser abordada


  • pesquisa das necessidades de objetos de uso ritual nos terreiros


Segundo a linha definida pelos grupos responsáveis pelo estudo estético teológico ou pela sugestão de um projeto individual de estudos e trabalho dentro de nosso universo.

Instrumentos de ritmo

Elementos de decoração do terreiro

Indumentária

  • pesquisa sobre objetos de arte, artesanato e decoração com base na religião


Relação dos objetos de culto e decoração comuns a nossos grupos sociais tendo em vista nossas origens religiosas.


  • linhas de pesquisa estética


Busca das necessidades e dos padrões do gosto em nossa sociedade e nossos grupos religiosos.


  • pesquisa de materiais


Segundo os fundamentos religiosos definidos pela pesquisa estética teológica


  • divulgação, exposição e comercialização da produção


Manutenção de blogs das oficinas e site de promoção institucional e comercial do projeto como um todo.

Manutenção de uma assessoria de imprensa profissional ou parceira para o projeto.

Divulgação de nosso calendário de cursos, oficinas e eventos dentro e fora do projeto.

Busca do que existe disponível no mercado, novas propostas de pesquisa e nichos de mercado, ambientes empresariais, eventos, decoração de residências e mercado hoteleiro.



5. Mapeamento das fontes de materiais recicláveis para o projeto


Mapeamento de cooperativa de catadores de lixo, ferros-velhos e possíveis pontos de captação de materiais hábeis para nossos trabalhos.


Veja mais em www.rbu.com.br


A proposta é de mão dupla, projetos tendo como o moto a produção de bens de cultura baseados nas lendas dos orixás e uma forma cooperativada de comercialização.
Postei algo mais global pois quis ser abrangente e porque estava com a idéia de criar um grupo para a encenação e coreografia das lendas, que se faz mais fácil no esquema cooperativo.
Vá lá no grupo e veja o que postei e o que estão falando, eu também postei convites em 25 outros grupos e comunidades do Orkut que tem ligação com arte, artesanato e religiões de raiz africana.
Temos que conversar mais e pessoalmente sobre este empreendimento
para ver detalhes práticos e formatação disto tudo de forma técnica.
Muito obrigado por sua ajuda em todas estas coisas.

a cooperativa vem tb de encontro a necessidade de apoio técnico que vamos precisar para alguns projetos e do que existe disponível no sistema SESC/SENAC e SEBRAE de apoio a iniciativas como a nossa, de reuniões que participei na Incubadora de Cooperativas da UFRJ e de reuniões promovidas pela Secretaria de Desenvolvimento Social, o SEBRAE, a comissão executiva dos Jogos Panamericanos e representantes dos três escalões de governo para definição da identidade visual dos jogos e a certificação dos interessados em fornecer produtos e serviços semelhantes aos que postulo com o RECICLARTE além de outros artistas e artesãos.
Fiquei fascinado com o potencial que tais eventos tem a nos oferecer, e não se esqueça: ainda temos COPA DO MUNDO e OLIMPÍADAS.


segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Pai Eleutério

Pai Eleutério

Na segunda metade do século XVIII, a vida de um negro se iluminou pela consciência do desapego pelo amor, ele é conhecido hoje como Pai Eleutério.

Foi trazido da África ainda jovem, sofreu muito como todos os seus irmãos de infortúnio a perda da terra natal e de sua família, um negro forte, alto e muito magro que se comunicava bem com seus iguais e por sua esperteza e força de trabalho era respeitado por seus irmãos. Seus senhores viram nele logo a possibilidade de grandes lucros e após pouco tempo de trabalho pesado na lavoura foi elevado a condição de reprodutor da fazenda.

Os reprodutores tinham grandes regalias e entre os escravos se destacavam como líderes pois em poco tempo se tornavam pais de grande parte deles assumindo a liderança do grupo e assim eram tratados por seus senhores.
Tinham eles o direito de deitar-se com qq escrava que desejassem, comiam bem e tinham o direito de escolher um único dos filhos para eles criarem, e assim fez Eleutério.

Adorava crianças e sofria cada vez que via uma delas separada das mães para venda ou açoitados pela impiedosa chibata, aplicava todos os conhecimentos que tinha na cura dos males de seu povo, conhecia o poder das ervas e das mirongas, dos orixás e dos encantados que assombravam as matas e das almas dos penitentes na senzala que enchiam as noites em torno do tronco.

Mas pode escolher e criar um menino, alguém muito parecido com ele mesmo e que logo ensinou tudo o que sabia e cuidou sempre para que fosse invisível às maldades da escravidão, mas o menino além de inteligente belo e amoroso ao pai nunca concordou com a resignação dele em ser escravo, queria ser livre e dar liberdade ao seu povo o que muito preocupava Eleutério.

Todas as crianças da fazenda gostavam de Eleutério e paravam horas para ouvir suas histórias sobre os orixás, sobre a África e sobre os encantados que enchiam as matas e as plantações, entre elas o único filho de seu senhor, criança fraca de poucas cores que vivia dentro de casa e sempre doente sem que os médicos soubessem o que tinha, Eleutério tinha muita pena do garoto e muito medo da inveja por ter um belo filho sadio e forte, Eleutério sem que soubessem e correndo riscos tentou descobrir a cura dos males do menino, sem resultados, passou então a ir a casa grande vez por outra por alguma desculpa para conversar com o menino e dar a ele um pouco de alegria.

Seu filho nesta época já era um rapaz e conforme o costume ficou na fazenda com o pai, mas era diferente dele, revoltava-se com a escravidão, queria a liberdade e estava disposto a tudo para isto, organizou uma fulga e durante a mesma matou o capataz mas foi capturado.

Eleutério entrou em desespero, sabia o que isso significava, o filho seria açoitado como exemplo, suas feridas seriam salgadas, cortariam sua língua e se sobrevivesse seria vendido para outra fazenda bem longe, não se conteve ao ver seu amado filho, o único que lhe restara, padecer tanto no tronco e investiu contra os homens da fazenda tentando salvar o filho, foi preso e também açoitado. Viu o filho morrer durante a confusão, para não ter mais motivo de brigar teve o filho assassinado, ordem do senhor da fazenda.
Eleutério foi feito exemplo contra a revolta, foi surrado e açoitado até que tivesse seus braços e pernas quebrados e quase morto foi jogado num pântano de rio próximo da estrada para morrer.

Durante o dia escaldante e a noite gelada que se seguiram, só havia uma certeza: de ter chegado sua hora e que nada mais havia para chorar ou prende-lo a esta vida, de tudo o que mais doía era a perda do filho e de ele não ter conseguido salva-lo ou orientar o filho para outra possibilidade de existir, com certeza quando Eleutério estivesse morto teria o filho assumido sua posição e suas regalias, mas não, a busca pela liberdade era muito maior que todo, o filho não aprendeu a ser livre por dentro, muitos rancores e mágoas tinham se enraizado nele e foram estes sentimentos que determinaram suas escolhas para tal final trágico, morrer baleado em frente ao pai, seu grito de liberdade foi seu canto de morte.

Enquanto a noite avançava e a aurora já dava seus sinais morria Eleutério envolto em suas lembranças, agora já não mais culpas, nem amarguras, nem medos só uma sensação de entorpecimento e paz tomavam sua mente, seu corpo já não doía e a vista falhava, em meio a isto vislumbrou à sua frente, em meio às folhagens do alagado, uma pequenina flor violeta azulada, muito pequenina e bela, os primeiros raios da manhã foram nela e ele teve um súbito pensamento: aquela plantinha curaria o sinhozinho de sua doença, ainda havia trabalho a fazer pois a vida estava mostrando a ele um caminho e Eleutério escolheu: escolheu abandonar toda sua dor, toda sua tristeza todos os sentimentos de rancor e medo para salvar a vida do pequeno sinhozinho.

Olhou para o sol e agradeceu, pediu forças a sua mãe do rio para que permitisse a ele forças de colher a planta e ir cuidar de seu pequeno amigo, e levantou, não sentiu dor nem frio, ansiedade ou pressa, sabia o que devia ser feito.

Dois dias se passaram desde que os fatos tenebrosos haviam ocorrido, e com a confusão, o medo e a tristeza pela morte de seu querido amigo Eleutério, sinhozinho estava muito mal, o médico havia sido chamado e estava tentando de tudo mas sem jeito, o menino definhava rapidamente.
O senhor fazendeiro já estava certo do trágico desfecho quando foi trazido de suas lágrimas pelo grande alarido em frente a casa grande, foi ver.

Pasmo viu todos os escravos da casa e da lida parados diante de Eleutério de pé diante da casa, trazia flores presas dentro dos farrapos de sua camisa bem junto ao peito, e disse:

-Voltei pra curar o Sinhozinho.

Ficaram todos boquiabertos e o senhor ordenou que o tirassem dali, sua figura era vergonhosa e ridícula, todo ensagüentado e sujo de lama com uma perna quebrada coxeando agarrado a um maço de flores, cada um dos homens que tentaram para-lo foram arremessados longe, sem a menor chance se quer de tocar o moribundo. Moribundo muito vivo pois sim, depois de deixar desacordados ou mais quebrados que ele todos os capangas da fazenda que se atreveram a se colocar em seu caminho, Eleutério parou diante do seu senhor no alto da escadaria e disse:

-Pelo meu filho não pude nada, pelo seu posso.

Olhava tão firme e sem medo para o senhor que o fazendeiro se afastou e disse que fizessem como Eleutério queria. O olhar daquele homem em farrapos e coxo com uma rama de flores no peito era o que faltava neste dia de horrores, mas o filho estava à morte e apesar de tudo e mesmo com medo confiou.
Eleutério foi ate o quarto do menino e de lá só saiu três dias depois com o garoto de pé, não comeu, não dormiu, não bebeu água só cuidou dos remédios que fez com a singela flor azulada e das orações cantadas que entoou sem sessar. quando se deu por satisfeito se despediu do menino comum longo abraço e foi embora como chegou, nunca mais dele por lá se teve notícias e nunca mais o menino teve nada, sua história virou lenda.

Ouvi essa história contada por meu PDS depois que, em uma sessão, Pai Eleutério chegou na gira muito triste e chorando disse que não reparassem se ele se ausentasse por alguns instantes pois estava chegando a hora de um filho muito querido, que sempre acompanhou e que nem tinha a consciência dele.
No meio da gira, Pai Eleutério começou a chorar, virou-se de costas para a assistência e de frente para o gongar e nesta posição permaneceu por quase 1 hora, quando voltou-se ainda chorava muito e disse:

-Somos sempre responsáveis pelo que deixamos como legado nesta vida, e em muitas outras. Este velho ainda é muito rude e tem muito ainda a caminhar até chegar onde estes outros chegaram - apontou para os outros velhos incorporados no terreiro.
-Muito rude e trazendo ainda algumas dores deste mundo, esta é a maior... este filho carnal meu de outra vida ainda cumpre seu caminho neste mundo como encarnado, hoje é louro de olhos claros, mora em terras distantes, frias terras distantes...- entre lágrimas e seu cachimbo continuou: hoje mais uma vez se despede desta terra e infelizmente ainda não aprendeu sua lição, fico triste por isso. Não compreendeu ainda a se libertar verdadeiramente de sua verdadeira escravidão, todos os que penam nesta terra são escravos, cá estão para aprender a ser livres, a estar leves e desimpedidos das amarras dos sentimentos tolos e do egoísmo, e quanto mais tentam libertar fora mais presos dentro estão, é triste isso, velho nada pode fazer...- chorava muito.
Agarram-se a suas vidas pequenas e pequenas coisas, lutam por espaço e poder pra estarem cada vez mais presos e amarrados nas correntes que constroem dia e noite para si mesmos, escravos de si mesmos do pior feitor...
-Ao velho cabe apenas estar pronto para no momento certo, da escolha única abraçar seu filho livre, mas filho meu trava ferros nas mãos e nos pés, todos filhos fazem isto, peço a Papai do Céu para que entenda a ser verdadeiramente livre, para que todos se libertem, enquanto isso velho está aqui, velho está la quando chamarem e precisarem no momento exato, velho está lá braços abertos pro filho voltar.

Virou de costas por mais alguns instantes e depois voltou a gira calado e assim ficou até o final.
Meu PDS disse que viu parte do processo que aconteceu e que isso deveria servir de exemplo a todos nós para o resto de nossas vidas.

Procurei ser o mais fiel ao que vi e ouvi naqueles dias mas algumas imprecisões podem haver, peço desculpas, já se vão quase 10 anos isso, mas a lembrança ainda é muito viva e muito útil.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

II Caminhada em Defesa da Liberdade Religosa - EU TENHO FÉ




Amigos RBU,

Sou internauta a pouco tempo e ainda tenho grandes dificuldades com o computador, mas mesmo assim posso dizer que este é o espaço mais democrático e mais multifacetado destes vários sites e fóruns de discussão que existem na web sobre nossa religião, este espaço que temos aqui é único, nele podemos nos expressar e conhecer outros de outras tradições e com eles aprender e passar um pouco de nossas experiências, apesar de tantos religiosos chefes de casas aqui todos somos iguais pois valemos por nossas palavras e opiniões e não pelo tempo na religião ou pela primazia de um culto, somos e valemos pela capacidade de nos expressar e trocar como diverso.
A natureza de fóruns em quais quer lugares é a exposição e o debate de idéias DIVERGENTES, não haveria sentido em participar de um fórum onde uns concordem sempre com outros, isto nada acrescentaria na experiência dos envolvidos.
Objetivamos em fóruns a possibilidade de ver um determinado tema sob o ponto de vista do outro, isto nos leva a educar nossos ouvidos e nossas mentes para saber entender o que seja diversidade e nos educa a mostrar de forma objetiva nossas idéias, sabendo que podem ser demolidas ponto a ponto por outra pessoa sem que com isto haja qq conotação ofensiva ou pessoal. Tratamos de idéias e nestes limites ficamos.
Respeito ao diferente, responsabilidade diante daquilo que professa, honestidade e a sabedoria de saber que a palavra dita hoje amanhã ganha novas cores e interpretações, pois não somos donos de nossas idéias elas tomam caminhos próprios e outros a ela se juntam e modificam e sempre será algo novo quando visto e dissertado por outro alguém.
Fiquei também muito orgulhoso de nossa participação na II Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa - EU TENHO FÉ!, onde a RBU silenciosamente e sem outros recursos que não o esforço pessoal mobilizou muitos para o evento, foram mais de 4.000 postagens de alerta e convocação para a passeata feita pelo grupo que tive a honra de coordenar, cerca de 3.500 pessoas pela rede e mais 1.500 corpo a corpo em panfletagens foram chamados para o evento, e mesmo que não tenhamos a verdadeira dimensão dos resultados disto em presenças efetivas no evento, só pelo trabalho de divulgação já valeu.
Eu hoje posso dizer que tenho orgulho do trabalho que fizemos e do desempenho da RBU no evento, e digo a todos que mesmo quando vemos aqui a intolerância ou o preconceito entre os diferentes cultos e pessoas, pela simples possibilidade de estarmos debatendo e colocando nossas posições fazemos o trabalho de quebra destes preconceitos e deixamos registrada a possibilidade de que outros possam ter a visão do diferente e ganhar o entendimento do respeito e da tolerância.
Estou feliz por fazer parte da RBU e agradeço a todos os que comigo irmanam-se nos elevados ideais descritos no Hino de nossa fé: Levando ao mundo inteiro a bandeira de Oxalá!

Saravá Umbanda!
Saravá Umbanda!
Saravá Umbanda!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

EU TENHO FÉ - II Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa


Intolerância

A Umbanda veio de lugar nenhum e de todo o lugar, como instituição humana ela é brasileira e foi criada no principio do século XX por Zélio e o Caboclo 7 Encruzilhadas, como verdade ela não tem começo no tempo, existe desde que a primeira consciência primitiva foi auxiliada em nosso planeta pelos dirigentes espirituais, foi concebida e formatada para nós pelos entes sublimes, para que pudéssemos ajudar nos trabalhos que a muito já haviam em outros planos espirituais. Somos o resultado do misturar de muitas coisas, que souberam fundir e apresentar conforme o entendimento deste ou daquele.
Não acho que possamos obrigar que religiosos e crentes de outras religiões deixem de se manifestar internamente contra este ou aquele culto que considerem satânicos ou de baixa espiritualidade, isto sempre existiu no mundo, e sabemos: existe dentro da própria religião de um grupo para o outro. O que importa é a correta condução de nossas ações num caminho de não agressão e de busca de uma universalidade na diferença, ideal este que se conquista na prática do exemplo e da caridade sempre disponível e alegre.
Os excessos tratamos com a lei, a nossa é realmente muito boa e deve ser sempre vigiado para que seja cumprida convenientemente.
Pode parecer contraditório que eu postule que não proibir o que se fale com preconceito no interior de templos, mas que se puna a ação de intolerância fora; isto é para mim assim pelo respeito de opinião que acho deve ser preservado, mesmo que torto, pois é através deste mesmo direito que se obtém vitórias permanentes contra a impiedade, o preconceito e a intolerância.
A força da lei deve ser mantida para as relações entre o diverso e as de convivência pública, tal qual é feita no trato de outros assuntos como o racismo e a homossexualidade, não posso mudar a força o pensar de ninguém nem proibir que em particular se diga isto ou aquilo, como proibir que um pai ensine seu filho como acha ser direito? Mesmo que torto, volto a dizer.
Cabe aos de boa vontade e espírito leve que possam trazer a baila o tema da diversidade e através de seus exemplos de irmandade e respeito quebrarem aos poucos as barreiras da ignorância e do medo que a intolerância esconde, buscar a verdade e vigiar contra o mau por trás de religiosos inescrupulosos e ávidos de poder e avareza, que se utilizam da desculpa de um inimigo qq por eles cultivado para desviar a atenção dos incautos sobre seus maus feitos.
As leis estão aí bem como os agentes legais, polícia e ministério público, prontos para dar punição exemplar a estes que teimam em desrespeitar as regras de convívio social e o direito de outros a liberdade de ser e de se expressar.
A passeata do dia 20 de setembro é para isto, quebrar resistências mostrar força e coesão daqueles que desejam um país mais livre soberano e justo, fraterno na diversidade e unido pela paz.
EU TENHO FÉ


sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Armadilhas do emocional


Estar sempre vigilante.
As pessoas se iludem com aspectos personalistas das entidades, se deixam levar criando uma mitologia toda própria de suas entidades e se sentem parte disto, como se afirmar personalidades fosse algo bom ou desejável na Umbanda ou em qq religião.
Tudo que faz crescer na Umbanda nos alerta para a necessidade da diminuição do ego e do entendimento de que estamos apenas de passagem por aqui e por estas cascas de carne e mentalidades que compõem nossos corpos densos, como solução para isso a Umbanda, humildemente assim entendo, busca a integração de todos os aspectos da personalidade, TODOS, e portanto não dá preferência ou melindra qq parte que compõe nosso eu, isso também se reflete no trato com as entidades e ganha talvez algumas diferenças conforme se orienta a ética e a forma dos trabalhos e ritualística seguida por cada um.
Não estou dizendo que alguns se apropriem das experiências e histórias de suas entidades, muito embora isto também ocorra, estou falando que acho absurda a extrema valorização de umas entidades em detrimento de outras e de algumas características de entidades claramente ainda em desenvolvimento como se fossem verdadeiros mestres, tudo isso me soa como armadilhas de nosso emocional, e o mais grave é que alguns sabem disso e fingem-se desentendidos.
A necessidade de construir uma vida mais bonita e feita de algo maior que nós mesmos, negando a verdade tosca de nossa existência, justificando maus hábitos e comportamentos viciosos com o velho "mas faço a caridade em meu terreiro uma vez por semana", "minha entidade é tão boa" ou "tão sábia", e esquecem de buscar a boa ética e a sabedoria em suas ações.
Terreiros estão cheios disso, mares de pessoas seguindo como gado sem pensar e refletir sobre suas próprias vidas e motivações e defendendo a todo o custo seus velhos e maus hábitos viciosos.
O que acontece é que as entidades espirituais passam a representar para alguns, a maioria em algum momento do caminho, a possibilidade de uma nova história de vida, de novas experiências e novas personalidades que os médiuns erroneamente associam como pertencentes a eles, com isto enchem suas vidas de fantasias e de novas possibilidades de personificar novos papéis, tudo se faz por personalismo e pela afirmação de emoções e "fatos" que em verdade não os pertencem, afastam-se das próprias vidas cheias de coisas comuns, de sentimentos banais e de defeitos que tentamos simular ou esconder.
"sou assim porque sou de escorpião"
"sou assim e não mudo"
"tenho tal fulano que me protege e era soldado de confiança de um grande rei"
"sou cavalo do exú tal"
"são as energias de Seu Fulano"
Tudo falta de equilíbrio e desconhecimento que nós somos sempre responsáveis únicos e absolutos por tudo em nossas vidas, e que as mudanças ocorrem o tempo todo e portanto integrar todos os aspectos de nossa personalidade pode significar ser mais aberto ao novo e mais livre de influências aprisionadoras do nosso emocional, sempre pronto a nos enredar em suas armadilhas de manter confortáveis nossas mentiras diárias.
Não se espante, acho exatamente o que escrevi e por vezes vejo isso também em mim, estar atento e vigilante para não se deixar enredar pelas próprias mentiras é um ato de disciplina diário e necessário, principalmente para médiuns de Umbanda, e não estou imune a isto.
Vamos fazer a vida com mais verdade, sem fantasias tolas.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Passeata contra adiscriminação religiosa, posto 6 , Copacabana, 20 de setembro, sábado


Ponto de encontro na passeata contra a discriminação religiosa.


Estamos conversando para estabelecer um ponto de encontro para os irmãos da RBU, temos o objetivo de nos confraternizar e tornar real esta nossa amizade virtual.
Houve a proposta de nos encontrarmos pouco antes do início do evento, 1 hora antes, em frente a Rua Júlio de Castilho, tempo o suficiente para irmãos que já estejam envolvidos no evento por seus centros e associações possam travar nem que seja um breve contato pessoal, e para os demais companhia para o evento.
Peço aos irmãos da RBU no Rio que espalhem por sua rede de amizade a informação deste tópico e se manifestem aqui para termos a dimensão da repercussão e podermos fazer alguns preparativos necessários.
Estamos unidos no mesmo ideal de paz e fraternidade.
Não perca de vista este tópico sobre a passeata é nele que vc poderá buscar maiores informações sobre nossa mobilização.
Estamos também pensando em produzir crachás para a identificação dos irmãos da RBU, seus nomes e se desejarem os centros ou associações a que são filiados, para isso conto com a colaboração de quem possa produzir as fichas de identificação a serem encartadas no crachá.
Deverão constar da sigla RBU em vermelho bem grande e dois campos para o nome do irmão e outro para a associação ou centro a que é afiliado.
Caso possa nos ajudar entre em contato.

Prosperidade e paz.

Edgar



Meu caminho é Umbanda

Meu caminho...

Eu sou de uma escola de Umbanda que não faz sacrifícios, nem obrigações, não acende velas e só se utiliza do uniforme branco de trabalho, mas existem muitas outras escolas e origens que determinam ritos diversos, cada um com suas características e fundamentos.

Seria uma tolice para nós questionar os preceitos ético-litúrgicos de outros grupos e a forma como se caracterizam seus ritos pois isso seria preconceito e falta de entendimento do que é Umbanda.

Eu explico. A Umbanda não é uma religião feita pelo homem para o homem, como a maioria esmagadora das religiões por aí, por este ponto de vista poderíamos nos dizer espiritualistas, nossa religião foi criada para nós com o objetivo de nos instrumentar para cumprirmos um papel mais direto nos trabalhos que nossos irmãos espirituais sempre desempenharam do outro lado, por entidades desencarnadas guiadas por uma vontade muito maior do que tudo que possamos imaginar, se não pela vontade do Criador como conseqüência direta dela.

Houve época que dizia que esta ou aquela forma de Umbanda não era Umbanda pois, como você, baseava minha observação no que achava ético e cabível para mim, mas ponderando melhor descobri uma coisa mais importante, a religião é muito maior do que podemos percebe-la, ela não foi criada por nós encarnados e presos a veículos físicos deste plano, foi criada para atender a necessidade de trabalho de outras esferas e realidades que a nós não é comum termos acesso e seguramente não possuímos sua compreensão total.

Os médiuns na Umbanda, são apenas médiuns imperfeitos, janelas abertas por sua capacidade mediúnica a determinado tipo de trabalho, tendo acesso a uma pequena parcela do que está no horizonte, focando sempre o que lhe é próprio e aquilo que lhe cabe, não é possível questionar o trabalho que não nos cabe ou não temos capacidade de entender. O único questionamento que cabe é, ao observar algo que pareça estranho ou absurdo, reforçar a convicção de fazer mais e melhor aquilo que nos cabe e só isso.

Porém é perfeitamente compreensível que outros de outras religiões estranhem nossos fazeres e nossas motivações, eu estou sempre disposto a conversar e dar a minha visão pessoal do que acredito, a luz de minhas experiências pessoais, deixando bem claro que não sou sacerdote, PDS, ou qualquer outra coisa que me autorize a dizer algo investido de oficialidade pela Umbanda ou pela escola que abracei.

O que estranho é que quando vejo pessoas de outros credos analisando a Umbanda, o fazem de modo diverso do que analisando o catolicismo, ou o budismo, ou o hinduísmo, ou das religiões antigas ou mortas, para estas posicionam-se isentas e fazem uma análise pseudo-científica quase antropológica, para a Umbanda trazem para o campo pessoal de "eu não concordo", "acho isto bom", "acho isto errado". Como se fosse necessário achar algo sobre alguma coisa, e ai se tornam simplesmente preconceituosos.

Ninguém quer que todos concordem ou achem bonito, e mesmo dentro da própria Umbanda existem discussões e debates ético-litúrgico entre escolas, eu acho tudo isso um equívoco. Antes de analisar algo segundo seus próprios pontos de vista, seria melhor tentar entender e conhecer o outro através da visão do outro, sei que isso é difícil e demanda sincera dedicação e tempo, mas não há outro meio de faze-lo sem incorrer em preconceito ignorante.

Ponho-me a disposição para, dentro daquilo que conheço, dar meu testemunho e responder suas dúvidas, apenas peço que as faça uma por vez.

Votos de prosperidade e paz.

Cartas

Carta a Etiene Salles 2

Etiene

Em nossos debates sempre senti em você a sinceridade e o repeito que creio ser base para a Umbanda crescer forte e produtiva em tudo, por isso tenho em você um irmão e creio cada vez mais um amigo na construção deste trabalho de regeneração que é a Umbanda.

Eu sempre fui um ermitão em relação a minha religiosidade, desde os meus tempos de Santo Inácio, aqui no Rio, sempre tive uma maneira muito particular de ver a religião e o fenômeno religioso o que me rendeu o convite para o seminário, que declinei pois gosto por demais das mulheres e por defender sempre aquilo que é verdade e meus compromissos comigo mesmo. assumir uma vida de sacerdote implicaria em uma postura pessoal condizente e alinhada com aquilo que apregoaria.

Freqüentei e fui médium da IEVE, Irmandade Espiritualista Verdade Eterna, nela aprendi o sentido do que poderia ser caridade e serviço, bem como exibicionismo e má conduta, tive o exemplo do bom e do ruim e assim aprendi que nenhuma filosofia ou religião é boa ou ruim isto vale somente para as pessoas e a forma como se conduzem.

Tornei-me um ermitão e por muitos anos, anos em que conheci um lado mais duro da vida, de dificuldades e perdas, cometi erros e aprendi, estudei sobre as religiões e seus fundamentos, estudei Cabala e tarô e estes foram meus caminhos para o mais profundo em mim.

Encontrei o TEAUM, Tenda Espiritualista Amanhecer da Umbanda, após muitos anos de observação e afastamento, dizia que tudo isso de Umbanda era muito perigoso e que as pessoas não sabiam com o que estavam se metendo. Mas não pude deixar de me render ante à verdade simples que se apresentou a mim, a seriedade e o sentido de irmandade e justiça que emanava de tudo em minha volta. Até as pedras do caminho, meu irmão, emanavam diferente.

Conheci meu comandante, que se tornou meu amigo, confidente e um verdadeiro pai apesar da pouca diferença de idade entre nós, ele é mais velho que eu quatro anos. Conheci com ele o que é firmeza de comando, disciplina pessoal, simplicidade sem subserviência, e ainda estou aprendendo muito, me considero muito teimoso e orgulhoso ainda tenho muito que aprender.

De meu PDS e de nosso grupo foi que ouvi falar do Caboclo Mirim e de Benjamim Figueiredo, de sua escola e do compromisso que temos de perpetuar a Escola do Caboclo Mirim com firmeza e disciplina e que o resto pouco importava, cuidamos de nosso jardim e esperamos sinceramente que outros façam o mesmo, mas se não: "tudo está sempre certo conforme o desequilíbrio de cada um", não cabe a mim julgar.

Sabemos de tudo, muitos vem a nós contar o que acontece aqui ou ali, por nossa posição em relação à nossa escola e dos médiuns que temos acham que devemos tomar partido, cerrar fileiras, não passa uma semana que não apareça alguém que chegue a nós para dizer isto ou aquilo, a resposta é sempre a mesma, está tudo sempre certo.

Quem sou eu para dizer que este ou aquele está errado, eu mesmo tenho minhas questões, se tal não fosse aqui não estaria, habitaria outra esfera ou visitaria este plano como um preto-velho, uma eternidade para isto falta, sou por demais imperfeito.

Espero, irmão Etiene, que tenha sido claro em minha explanação sobre este ponto, sei perfeitamente que você é inteligente o tanto para ver e entender os sub-textos disto e portanto não mais pretendo me manifestar sobre pessoas, prefiro debate de idéias.

Muito honrado por sua amizade e confiante no trabalho produtivo de nossa Umbanda.

Desejo a você prosperidade e paz.

Edgar.


2009/8/8 Etiene Sales


Cartas

Carta a Etiene Salles

Etiene,

A uns três dias atrás eu estava no msn com a nossa amiga do RBU, Michelle, conversando sobre estas coisas, ela estava profundamente perturbada com tudo isso, me questionou, muito polidamente é verdade, sobre minhas posições e eu lhe disse que realmente pesei por demais em minhas palavras e na forma de expor minhas idéias.
Comecei na RBU observando as postagens de Sandra, que me agradaram bastante, principalmente pois já estou muito cansado de só ouvir a mesma lenga lenga sobre exús, pombas-giras, das maravilhas desta ou daquela entidade, que usa esta ou aquela guia, esta ou aquela cor de paramento, e não é nada disso que busco nem na Umbanda nem no que pesquisar dela, o que me interessa são aspectos da religião expostos de forma clara e objetiva como você o faz e como, da maneira dela, ela também faz.
Sem perceber, fui preconceituoso não sobre as pessoas e seus ritos e formas de manifestação religiosa, fui preconceituoso com a própria religião.
Eu explico. A Umbanda não é uma religião feita pelo homem para o homem, como a maioria esmagadora das religiões por aí, por este ponto de vista poderíamos nos dizer espiritualistas, nossa religião foi criada para nós com o objetivo de nos instrumentar para cumprirmos um papel mais direto nos trabalhos que nossos irmãos espirituais sempre desempenharam do outro lado, por entidades desencarnadas guiadas por uma vontade muito maior do que tudo que possamos imaginar, se não pela vontade do Criador como conseqüência direta dela.
Somos dela servidores, mesmo levando em consideração a diferença de nossos ritos nosso objetivo é o mesmo, e é esse o ponto de meus questionamentos pessoais, não a diferença de ritos.
Fui vítima de mim mesmo, foquei no particular e esqueci o movimento do todo, em um determinado momento, quando digitava uma resposta a vc em um tópico da RBU, vei-me a lembrança de uma sessão de passes e descarrego em meu terreiro onde eu sou médium de banco, Bojá, ou se quiser médium de descarga. Neste dia, durante os trabalhos faltou luz em um momento crucial e perigoso dos trabalhos, e como não temos por hábito utilizar velas em nossos rituais, não havia nada que pudesse iluminar os trabalhos até que alguém tomasse de um carro e fosse ao comércio mais próximo compra-las. Mas também não era possível parar os processos, haviam uns 10 campos de trabalho abertos e pelo menos mais uns 50 assistentes aguardando atendimento, não costumamos ter muitos, mas em certas épocas cresce o movimento.
O velho de meu PDS pediu atenção e cuidado a todos para que não houvessem acidentes, só tínhamos a luz da lua, neste momento eu continuei meu serviço totalmente voltado para minha visão interna, e aí eu fui agraciado de ver verdadeiramente o que fazíamos, cada carga que retirava de um assistente era encaminhada e como as almas necessitadas eram conduzidas para a aldeia do velho para tratamento.
Uma beira de rio ao pé de uma montanha, uma aldeia caiçara assentada na areia, com casas de madeira simples pintadas de branco com detalhes azuis com todas as portas abertas, acho que nem haviam portas só os caixonetes, uma fogueira quente no centro, a cada necessitado que resgatávamos se chegava outro irmão para auxiliar e aquece-los, limpar uma espécie de gelatina esverdeada com cheiro de maresia que lhes cobria por completo os corpos nus ou em farrapos, eles sentiam muito frio e se comportavam como náufragos ou afogados em choque, enquanto falavam palavras de conforto e carinho, sem perder tempo mergulhavamos na escuridão das matas do entorno e assim voltava para tratar mais um, assim foi com todos até que as luzes foram restabelecidas e tivesse os sentidos voltados à realidade física.
Aí acordei, sou apenas parte pequenina de um trabalho muito maior, se meu trabalho é necessário, também é o daqueles irmãos auxiliares, dos outros que por certo continuariam os tratamentos dos irmão "resgatados", cada um conforme o que pode e está capacitado, segundo o que aprenderam ou são dotados, tudo tem o seu lugar, ninguém é melhor que ninguém e se vemos uma realidade através da janela que nos permite nossas mentes, devemos ter a consciência de não serem as únicas janelas ou paisagens possíveis.
Sou muito pequeno e imperfeito, muito orgulhoso e por vezes arrogante, e frequentemente tenho que parar e refletir e mudar minhas atitudes e pontos de vista, sou nestas horas confrontado com outar máxima do Caboclo Mirim:

"Viver a indiferença construtiva da própria existência"

Verá, meu amigo, que eu passarei a fazer minhas postagens de forma mais cuidadosa e que vc pouco mais verá minha presença na RBU, por cuidado com a premissa acima e por considerar que os tópicos de comunidades Umbandistas estejam voltados mais para outros médiuns de outras visões.
Satisfeito por contar com sua amizade e atenção,
te desejando força e perseverança na missão que abraçou,
votos de prosperidade e paz.

Edgar

Incorporação

Incorporação consciente e inconsciente

Ser médium inconsciente é ter seu livre arbítrio retirado, mesmo que por poucos instantes para determinado fim. Isto em meus estudos só se justifica pela pouca capacidade do médium de controle de seu veículo físico, geralmente estes médiuns são fisicamente debilitados e, como parte de um tratamento de regeneração mais profundo, são levados ao estado de inconsciência onde não existem travos conscientes às forças nele em ação.

Outros médiuns que dizem perder a memória de seus trabalhos não são inconscientes, no momento em que o trabalho está sendo executado ele também interage e está presente, porém por escolha ou por necessidade de ser preservado de alguma forma, tal lembrança lhe é arquivada, mas está lá se desejar e tiver o estudo e disciplina para saber acessar.

Médiuns conscientes o são por escolha, afinal outra em meu entendimento não há, seus trabalhos tem como um de seus objetivos "regrar a consciência menor para fazer nascer o novo homem em si" , tal só pode ser realizado por escolha através do diálogo consciente e produtivo estabelecido na relação com as entidades. Portanto não creio que possa admitir uma vivência plena da Umbanda médiuns inconscientes.

Todo o trabalho em Umbanda tem por objetivo levar a tudo e a todos a uma relação mais harmônica e fraterna, de união e unicidade, penetrar através do entendimento de si e do outro a consciência de Deus, tal se dá por ampliação da consciência e não por supressão da mesma, observe bem meu irmão que é difícil ver médiuns de constituição física desfavorável que o contrário na Umbanda, e mesmo estes mais frágeis quando incorporados ganham uma aura de força e firmeza admiráveis.

Posso falar disto com plena certeza pois a muitos anos quando tinha o Tarô como instrumento de trabalho, passava por tal fenômeno, durante a consulta com o outro eu sempre estava consciente e de pleno domínio de meu corpo, mesmo quando por raras vezes fui veículo para uma entidade no Tarô, nunca perdia a noção do que estava acontecendo e do que era dito, porém após alguns momentos a memória ia se dissipando até dela por vezes não restar nada.

Com o tempo aprendi que isso servia como um escudo de proteção para mim mas que poderia, se quisesse, retomar minhas memórias se delas fizesse uso construtivo de aprendizado.

Hoje quase nunca pego o baralho de Tarô e o trabalho na escola que abracei já me toma todo o esforço, mas ficou a experiência e o aprendizado.

Não estou com isso dizendo que não haja incorporação inconsciente na Umbanda, ela tem infinitos caminhos para o caminhante, estou dizendo que nunca conheci alguém assim ou soube de fonte confiável haver tal médium na Umbanda.

O estudo da meditação e da redução do ego, a humildificação pregada pelo Prof. Hermógenes, leva ao entendimento do que pode ser este afastamento da vontade, mas não da consciência de um médium, deixar um espaço vazio para que a Umbanda possa preencher, abandonar a mente e deixar-se navegar no silêncio e na imensidão do vazio de si dando o espaço necessário para o trabalho das entidades. Isto é incorporação consciente plena.

A única exceção ao que disse, é como aprendi e já vi e experimentei, muito embora não tenha muita convivência com o que narrarei, e o faço a luz dos ensinamentos que me foram passados por meu PDS, são as experiências mediúnicas provocadas por crimes contra a própria espiritualidade e a Umbanda.

Não a de Zélio, Benjamim Figueiredo, ou de Matta e Silva, do Tambor de Mina, do Omolokô, Branca, Negra ou com bolinhas, mas a Umbanda dos planos espirituais, aquela de que só temos visão parcial e restrita ao nosso fazer pessoal mas é muito maior e mais profunda.

Determinados crimes mediúnicos e contra as entidades criam em planos mais densos a incapacidade de desligamento entre os entes envolvidos, como se amarrados estivessem e permanecem em desenvolvimento paralelo, um sem poder negar ao outro, muitas vezes até sem um ter consciência do outro mas que em determinados momentos e em certas situações um "chama" o outro, tal se faz como uma punição, não é bem assim mas dá bem uma idéia aproximada.

O sujeito está no meio da rua e é tomado por uma entidade, começa a falar e fazer coisas sem sentido ou como se estivesse em um terreiro, do outro lado tal entidade não evolui enquanto estiver "amarrado" a este cavalo, ambos são criminosos e responsáveis em um determinado setor ou aspecto do trabalho espiritualista por um crime em comum, pagarão juntos no trabalho da Umbanda, e o principal trabalho é a consciência de seus crimes e a vontade verdadeira e disciplinada de reparar seu erro.

Nestes casos diz-se que o médium tem uma doença da alma e como tal deve ser tratada, o sentido de amarração e prisão está na supressão do livre arbítrio de ambos, que se faz a todos os níveis a princípio, posteriormente pode assumir a face de tentativa de mascarar seus próprios desejos primitivos transferindo para a entidade suas culpas: "não tenho culpa, não sabia o que estava fazendo".

No fundo, se não tem a consciência do que faz mas está em sintonia com o que é feito, e por crime original é responsável. Cabe a estes um caminho espinhoso de idas e vindas, de muitas "brigas" que a nada levam, mas que cumprem o trabalho de lapidação das almas e entendimento mutuo para o que deverá se tornar uma relação construtiva rumo a evolução espiritual no caminho da Umbanda entre médium e entidade.

Tal manifestação mediúnica pode ser confundida com a ação construtiva própria da Umbanda, é um engano, cumprem apenas sua prisão e devem ser tratados com cuidado, tal confusão pode levar a graves conseqüências a outros, além do agravo de seus crimes. Médium e ente astral devem ser doutrinados e vibrados para mudar sus condições.

Volto a dizer que desconfio muito de médiuns inconscientes na Umbanda, pois entendo ser ela caminho de ampliação consciente do ser.
Mas muitos são os caminhos, caminhantes e maneiras de caminhar.



Anjos e Demônios


Exus, Pelintras, Padilhas, Tranca-Ruas, etc...
Características e Evolução

Não é apenas uma possibilidade de caracterização, uma alusão a corrente ou ao povo que pertencem.
Eles evoluem e esta evolução é paralela e semelhante a nossa.
Ser exú
é uma condição temporária, tanto quanto é estar encarnado neste ou naquele corpo e estar atrelado a uma personalidade.

Existem diferenças nas explicações que diferentes escolas de Umbanda dariam para definir exú.

1º. Ser filho de um orixá significa que compartilha com ele a mesma essência, que sua centelha divina foi individualizada a partir dessa energia. Se é de Xangô, passará por todos os caminhos de evolução pertinentes a este orixá. Porém essa personalidade poderá assumir características diferentes ao longo de sua existência por suas encarnações ou mesmo dentro do tempo de uma vida.

2°. Exus, na Umbanda, são entes espirituais com evolução paralela a nossa, presos a esta condição por crimes ou pela densidade energética a que está ligado. Podem evoluir através de mecanismos próprios de seu plano ou podem voltar para o ciclo de encarnações e evoluir como nós, eu particularmente acredito que sejamos todos irmãos de mesma origem e natureza, todos na Umbanda trabalhando pelo mesmo ideal. Quando ainda muito trevosos tendem a se associar a outras correntes e seguir outros caminhos diversos da Umbanda, apresentando-se como obsessores, entidades maléficas, ou assumindo a aparência inumana, podendo ser vistos como demônios, mas é só uma casca, eles também possuem uma centelha divina e são filhos do Criador.

Para estes trevosos a Umbanda tem tratamento e doutrinação, exercida em grande parte por outros exús já voltados para o caminho construtivo de paz e harmonia da Umbanda.

Existe também o orixá menor, ou ente natural, ou elemental.
A Cabala os vê como anjos menores ou gênios naturais.
Sendo assim tem evolução diversa a nossa, são canalizadores da vontade criativa, sem eles grande parte do magismo natural não se processa, é a eles que se destinam grande parte das oferendas e sacrifícios, imolações, não são entes que acumulem carma, pois não possuem vontade própria como nós a conhecemos.

Anjos não tem vontade, não acham nem deixam de achar, vivem ao sabor de realizar a plenitude da criação, mante-la e regular as forças que se relativizam pelo fluxo construtivo ou de entropia. São canais perfeitos de conexão energética de todo o universo, nos níveis mais densos, podem aparecer tão especializados e individualizados que são confundidos com entes astrais na forma de animais, grandes arvoredos, fenômenos naturais ou humanóides, isso explica as histórias das sociedades primitivas totêmicas como os índios americanos, culto dos orixás africanos, mitos de elementais na Europa, parte do mito astrológico, e muito da mitologia religiosa animista e do fenômeno mágico que estudamos.

Sei que a maioria dos umbandistas os chamam de exús mas acho isso impróprio, isso só tem razão se cruzarmos este conceito com o conceito do orixá africano Exú, mas não em sua essência e sim pela capacidade de comunicação entre os demais orixás, se analisar mais detidamente estes entes, tem sua origem em um orixá maior ( Xangô, Oxossi, Iemanjá ou outro qq ) que se individualiza e se relaciona com as forças de outros orixás até concretizar a sua missão ou ação, não é um orixá novo, é o mesmo individualizado pelas mesmas leis que determinam a individualização de qq outro ser inclusive a nossa.

Nossa centelha divina se individualiza na força de um orixá, ou vontade criadora do Pai, ou Um dos 72 anjos da criação, e se reveste da energia necessária para sua existência em cada plano segundo sua natureza, e se tornando cada vez mais individual e mais corpórea conforme se reveste dessas energias, mais pesada e mais densa, necessitando cada vez mais de experiências para realizar seu plano criador.

A evolução dos entes naturais encarnados e dos gênios é paralela e está de tal forma relacionada que não existe gênio sem a associação de um ou mais entes naturais, ou seja para cada ente encarnado ou desencarnado se associa um gênio ou anjo, ou orixá, o que alguns denominam guardião.

A grande confusão se cria é neste ponto, alguns confundem o ente com o gênio, ambos estão tão associados por vezes que fica difícil identificar um do outro. A visão mais próxima que consigo passar é a do Gênio da lâmpada que aparece num redemoinho, envolto em vapores ou fumaça, emergido do brilho de uma pedra, das águas do mar, das chamas ou de outros fenômenos onde se caracterize forças naturais em movimento, o ente é quem conversa e procura realizar os pedidos, o gênio é a força natural mágica em estado puro ali representada, ambos atuam em conjunto e mais ou menos em harmonia quanto for a capacidade do ente se alinhar a força do gênio, os mitos das mil e uma noites são ricos nestes relatos. Tal confusão entre gênio e ente, anjo e ente, se dá para os gênios menores ou os entes maiores, explico: entes podem chegar a uma tal compreensão de suas missões e tal alinhamento com seu orixá paterno, Anjo ou força motriz de sua centelha, que se torna uma força construtiva na luz de sua vibração, são na Umbanda os caboclos e falangeiros, na Cabala são os que vivem no estado de Graça imersos na essência de seus Anjos Divinos, o Messias viveria na luz de Mitrathon, Senhor dos Tronos, daí ser chamado de rei dos reis. Já os gênios menores devido a sua extrema individualização e múltipla regência dos planos em que isso se processou ( ex.; em determinado plano ele é Xangô na vibração de Oxalá, em outro é Xangô na vibração de Ogum, no próximo Xangô na vibração de Iemanjá cruzando para Oxum.) vai mascarando e tornando a luz primeira que o originou muito diáfana e pouco clara, o gênio nestes planos mais densos necessita reforçar suas energias em vontades criativas que estejam mais presentes e próximas para cumprir seu papel, e como são forças canalizadoras passam a canalizar as vontades que a eles se apresentem corretamente, o que não raro pode ser visto por nós como corromper o Gênio, mas isso é a falta do entendimento dos sentidos que tais vórtices que podem ser edificantes e construtivos ou destrutivos e entrópicos, para o gênio isso pouco importa o que importa é realizar o trabalho para que foram criados.

Muito mais pode ser dito sobre isto mas acho que já deu para pincelar o que penso sobre o assunto.
Eu fiz minhas colocações sobre sua pergunta desta forma pois é a única que possuo para falar com conhecimento prático e teórico.

No meu terreiro não temos desenvolvimento com exús e não se fala deles como em outros lugares, somente a partir do nível de sacerdócio, 4º grau da escola do Caboclo Mirim, os Abarés, isso vai ter alguma relevância de trabalho para o médium, e como não é o meu caso, não tenho muito o que dizer a respeito sob o ponto de vista da Umbanda.


Anjo da Guarda

É o ente astral responsável pela manutenção do equilíbrio energético de cada ser, cada consciência, é um orixá menor, está intimamente ligado ao perispírito.

É como uma sombra para nós e existe um para tudo o que tem vida, ou que apresente consciência, não é um guardião mas no que diz respeito à saúde física e psíquica atua como um filtro protetor e é por isso que se está fraco pode permitir todo tipo de desequilíbrio e doença, no entanto se este desequilíbrio não for tratado convenientemente, o anjo da guarda se recompõe e passa a ver este desequilíbrio como uma condição natural e uma nova ordenação energética que deve ser mantida.

O anjo da guarda tem sua ligação maior e mais elevada em seu orixá de cabeça e por cada plano em que a consciência do ser humano habita, quando encarnado ou desencarnado, vai ter um anjo da guarda que será responsável por sua manutenção neste plano e por suas inteirações energéticas involuntárias e naturais, por este ponto de vista, os anjos da guarda estão ligados a Xangô, orixá responsável pelo reino de cada um, pelo mais denso e material em nossas naturezas.

Se o anjo da guarda tende a manter as ligações energéticas, que entende como naturais e equilibradas, em relação com o todo existente, ele muitas vezes também é responsável por manter quadros doentios crônicos pois como estes se estabelecem em um período de tempo relativamente longo, o anjo da guarda vai adaptando lentamente o ser humano a esta condição progressiva, neste caso apenas vibrar e dar força ao anjo da guarda só agrava o quadro de enfermidade, neste caso, faz-se necessário dar um novo padrão energético para que o anjo, ou orixá menor, possa manter. Trabalhos de harmonização de chacras, imantação mediúnica, apometria, passes mediúnicos e outros que modifiquem o padrão energético do campo áurico e dêem a ele novo impulso são mais indicados, e aí depois é feita a vibração de forças para o anjo da guarda.

Os conhecimentos que trouxe aqui nesta postagem são uma adaptação do conhecimento cabalístico para a linguagem da Umbanda, uma vez que estes anjos são melhor definidos pela cabala que por qq outra filosofia, pois foi lá, na tradição dos povos semitas, que surgiu o conceito de anjo da guarda.

Prosperidade e paz.

Edgar.