terça-feira, 1 de setembro de 2009

Meu caminho é Umbanda

Meu caminho...

Eu sou de uma escola de Umbanda que não faz sacrifícios, nem obrigações, não acende velas e só se utiliza do uniforme branco de trabalho, mas existem muitas outras escolas e origens que determinam ritos diversos, cada um com suas características e fundamentos.

Seria uma tolice para nós questionar os preceitos ético-litúrgicos de outros grupos e a forma como se caracterizam seus ritos pois isso seria preconceito e falta de entendimento do que é Umbanda.

Eu explico. A Umbanda não é uma religião feita pelo homem para o homem, como a maioria esmagadora das religiões por aí, por este ponto de vista poderíamos nos dizer espiritualistas, nossa religião foi criada para nós com o objetivo de nos instrumentar para cumprirmos um papel mais direto nos trabalhos que nossos irmãos espirituais sempre desempenharam do outro lado, por entidades desencarnadas guiadas por uma vontade muito maior do que tudo que possamos imaginar, se não pela vontade do Criador como conseqüência direta dela.

Houve época que dizia que esta ou aquela forma de Umbanda não era Umbanda pois, como você, baseava minha observação no que achava ético e cabível para mim, mas ponderando melhor descobri uma coisa mais importante, a religião é muito maior do que podemos percebe-la, ela não foi criada por nós encarnados e presos a veículos físicos deste plano, foi criada para atender a necessidade de trabalho de outras esferas e realidades que a nós não é comum termos acesso e seguramente não possuímos sua compreensão total.

Os médiuns na Umbanda, são apenas médiuns imperfeitos, janelas abertas por sua capacidade mediúnica a determinado tipo de trabalho, tendo acesso a uma pequena parcela do que está no horizonte, focando sempre o que lhe é próprio e aquilo que lhe cabe, não é possível questionar o trabalho que não nos cabe ou não temos capacidade de entender. O único questionamento que cabe é, ao observar algo que pareça estranho ou absurdo, reforçar a convicção de fazer mais e melhor aquilo que nos cabe e só isso.

Porém é perfeitamente compreensível que outros de outras religiões estranhem nossos fazeres e nossas motivações, eu estou sempre disposto a conversar e dar a minha visão pessoal do que acredito, a luz de minhas experiências pessoais, deixando bem claro que não sou sacerdote, PDS, ou qualquer outra coisa que me autorize a dizer algo investido de oficialidade pela Umbanda ou pela escola que abracei.

O que estranho é que quando vejo pessoas de outros credos analisando a Umbanda, o fazem de modo diverso do que analisando o catolicismo, ou o budismo, ou o hinduísmo, ou das religiões antigas ou mortas, para estas posicionam-se isentas e fazem uma análise pseudo-científica quase antropológica, para a Umbanda trazem para o campo pessoal de "eu não concordo", "acho isto bom", "acho isto errado". Como se fosse necessário achar algo sobre alguma coisa, e ai se tornam simplesmente preconceituosos.

Ninguém quer que todos concordem ou achem bonito, e mesmo dentro da própria Umbanda existem discussões e debates ético-litúrgico entre escolas, eu acho tudo isso um equívoco. Antes de analisar algo segundo seus próprios pontos de vista, seria melhor tentar entender e conhecer o outro através da visão do outro, sei que isso é difícil e demanda sincera dedicação e tempo, mas não há outro meio de faze-lo sem incorrer em preconceito ignorante.

Ponho-me a disposição para, dentro daquilo que conheço, dar meu testemunho e responder suas dúvidas, apenas peço que as faça uma por vez.

Votos de prosperidade e paz.

Um comentário:

  1. olá!
    sou da RBU.. nova integrante
    é muito difícil as pessoas enxegarem sem isenção de sentimento. muito difícil se colocarem no lugar do outro...
    quando isso acontecer serão tempos de paz e união.
    muito ax´!

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