terça-feira, 1 de setembro de 2009

Anjos e Demônios


Exus, Pelintras, Padilhas, Tranca-Ruas, etc...
Características e Evolução

Não é apenas uma possibilidade de caracterização, uma alusão a corrente ou ao povo que pertencem.
Eles evoluem e esta evolução é paralela e semelhante a nossa.
Ser exú
é uma condição temporária, tanto quanto é estar encarnado neste ou naquele corpo e estar atrelado a uma personalidade.

Existem diferenças nas explicações que diferentes escolas de Umbanda dariam para definir exú.

1º. Ser filho de um orixá significa que compartilha com ele a mesma essência, que sua centelha divina foi individualizada a partir dessa energia. Se é de Xangô, passará por todos os caminhos de evolução pertinentes a este orixá. Porém essa personalidade poderá assumir características diferentes ao longo de sua existência por suas encarnações ou mesmo dentro do tempo de uma vida.

2°. Exus, na Umbanda, são entes espirituais com evolução paralela a nossa, presos a esta condição por crimes ou pela densidade energética a que está ligado. Podem evoluir através de mecanismos próprios de seu plano ou podem voltar para o ciclo de encarnações e evoluir como nós, eu particularmente acredito que sejamos todos irmãos de mesma origem e natureza, todos na Umbanda trabalhando pelo mesmo ideal. Quando ainda muito trevosos tendem a se associar a outras correntes e seguir outros caminhos diversos da Umbanda, apresentando-se como obsessores, entidades maléficas, ou assumindo a aparência inumana, podendo ser vistos como demônios, mas é só uma casca, eles também possuem uma centelha divina e são filhos do Criador.

Para estes trevosos a Umbanda tem tratamento e doutrinação, exercida em grande parte por outros exús já voltados para o caminho construtivo de paz e harmonia da Umbanda.

Existe também o orixá menor, ou ente natural, ou elemental.
A Cabala os vê como anjos menores ou gênios naturais.
Sendo assim tem evolução diversa a nossa, são canalizadores da vontade criativa, sem eles grande parte do magismo natural não se processa, é a eles que se destinam grande parte das oferendas e sacrifícios, imolações, não são entes que acumulem carma, pois não possuem vontade própria como nós a conhecemos.

Anjos não tem vontade, não acham nem deixam de achar, vivem ao sabor de realizar a plenitude da criação, mante-la e regular as forças que se relativizam pelo fluxo construtivo ou de entropia. São canais perfeitos de conexão energética de todo o universo, nos níveis mais densos, podem aparecer tão especializados e individualizados que são confundidos com entes astrais na forma de animais, grandes arvoredos, fenômenos naturais ou humanóides, isso explica as histórias das sociedades primitivas totêmicas como os índios americanos, culto dos orixás africanos, mitos de elementais na Europa, parte do mito astrológico, e muito da mitologia religiosa animista e do fenômeno mágico que estudamos.

Sei que a maioria dos umbandistas os chamam de exús mas acho isso impróprio, isso só tem razão se cruzarmos este conceito com o conceito do orixá africano Exú, mas não em sua essência e sim pela capacidade de comunicação entre os demais orixás, se analisar mais detidamente estes entes, tem sua origem em um orixá maior ( Xangô, Oxossi, Iemanjá ou outro qq ) que se individualiza e se relaciona com as forças de outros orixás até concretizar a sua missão ou ação, não é um orixá novo, é o mesmo individualizado pelas mesmas leis que determinam a individualização de qq outro ser inclusive a nossa.

Nossa centelha divina se individualiza na força de um orixá, ou vontade criadora do Pai, ou Um dos 72 anjos da criação, e se reveste da energia necessária para sua existência em cada plano segundo sua natureza, e se tornando cada vez mais individual e mais corpórea conforme se reveste dessas energias, mais pesada e mais densa, necessitando cada vez mais de experiências para realizar seu plano criador.

A evolução dos entes naturais encarnados e dos gênios é paralela e está de tal forma relacionada que não existe gênio sem a associação de um ou mais entes naturais, ou seja para cada ente encarnado ou desencarnado se associa um gênio ou anjo, ou orixá, o que alguns denominam guardião.

A grande confusão se cria é neste ponto, alguns confundem o ente com o gênio, ambos estão tão associados por vezes que fica difícil identificar um do outro. A visão mais próxima que consigo passar é a do Gênio da lâmpada que aparece num redemoinho, envolto em vapores ou fumaça, emergido do brilho de uma pedra, das águas do mar, das chamas ou de outros fenômenos onde se caracterize forças naturais em movimento, o ente é quem conversa e procura realizar os pedidos, o gênio é a força natural mágica em estado puro ali representada, ambos atuam em conjunto e mais ou menos em harmonia quanto for a capacidade do ente se alinhar a força do gênio, os mitos das mil e uma noites são ricos nestes relatos. Tal confusão entre gênio e ente, anjo e ente, se dá para os gênios menores ou os entes maiores, explico: entes podem chegar a uma tal compreensão de suas missões e tal alinhamento com seu orixá paterno, Anjo ou força motriz de sua centelha, que se torna uma força construtiva na luz de sua vibração, são na Umbanda os caboclos e falangeiros, na Cabala são os que vivem no estado de Graça imersos na essência de seus Anjos Divinos, o Messias viveria na luz de Mitrathon, Senhor dos Tronos, daí ser chamado de rei dos reis. Já os gênios menores devido a sua extrema individualização e múltipla regência dos planos em que isso se processou ( ex.; em determinado plano ele é Xangô na vibração de Oxalá, em outro é Xangô na vibração de Ogum, no próximo Xangô na vibração de Iemanjá cruzando para Oxum.) vai mascarando e tornando a luz primeira que o originou muito diáfana e pouco clara, o gênio nestes planos mais densos necessita reforçar suas energias em vontades criativas que estejam mais presentes e próximas para cumprir seu papel, e como são forças canalizadoras passam a canalizar as vontades que a eles se apresentem corretamente, o que não raro pode ser visto por nós como corromper o Gênio, mas isso é a falta do entendimento dos sentidos que tais vórtices que podem ser edificantes e construtivos ou destrutivos e entrópicos, para o gênio isso pouco importa o que importa é realizar o trabalho para que foram criados.

Muito mais pode ser dito sobre isto mas acho que já deu para pincelar o que penso sobre o assunto.
Eu fiz minhas colocações sobre sua pergunta desta forma pois é a única que possuo para falar com conhecimento prático e teórico.

No meu terreiro não temos desenvolvimento com exús e não se fala deles como em outros lugares, somente a partir do nível de sacerdócio, 4º grau da escola do Caboclo Mirim, os Abarés, isso vai ter alguma relevância de trabalho para o médium, e como não é o meu caso, não tenho muito o que dizer a respeito sob o ponto de vista da Umbanda.


Anjo da Guarda

É o ente astral responsável pela manutenção do equilíbrio energético de cada ser, cada consciência, é um orixá menor, está intimamente ligado ao perispírito.

É como uma sombra para nós e existe um para tudo o que tem vida, ou que apresente consciência, não é um guardião mas no que diz respeito à saúde física e psíquica atua como um filtro protetor e é por isso que se está fraco pode permitir todo tipo de desequilíbrio e doença, no entanto se este desequilíbrio não for tratado convenientemente, o anjo da guarda se recompõe e passa a ver este desequilíbrio como uma condição natural e uma nova ordenação energética que deve ser mantida.

O anjo da guarda tem sua ligação maior e mais elevada em seu orixá de cabeça e por cada plano em que a consciência do ser humano habita, quando encarnado ou desencarnado, vai ter um anjo da guarda que será responsável por sua manutenção neste plano e por suas inteirações energéticas involuntárias e naturais, por este ponto de vista, os anjos da guarda estão ligados a Xangô, orixá responsável pelo reino de cada um, pelo mais denso e material em nossas naturezas.

Se o anjo da guarda tende a manter as ligações energéticas, que entende como naturais e equilibradas, em relação com o todo existente, ele muitas vezes também é responsável por manter quadros doentios crônicos pois como estes se estabelecem em um período de tempo relativamente longo, o anjo da guarda vai adaptando lentamente o ser humano a esta condição progressiva, neste caso apenas vibrar e dar força ao anjo da guarda só agrava o quadro de enfermidade, neste caso, faz-se necessário dar um novo padrão energético para que o anjo, ou orixá menor, possa manter. Trabalhos de harmonização de chacras, imantação mediúnica, apometria, passes mediúnicos e outros que modifiquem o padrão energético do campo áurico e dêem a ele novo impulso são mais indicados, e aí depois é feita a vibração de forças para o anjo da guarda.

Os conhecimentos que trouxe aqui nesta postagem são uma adaptação do conhecimento cabalístico para a linguagem da Umbanda, uma vez que estes anjos são melhor definidos pela cabala que por qq outra filosofia, pois foi lá, na tradição dos povos semitas, que surgiu o conceito de anjo da guarda.

Prosperidade e paz.

Edgar.

Um comentário:

  1. ADOREI ESSA MATERIA !! CONCORDO COM TUDO QUE ESTA ESCRITO.MUITO BOA PARABENS!!

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