terça-feira, 7 de julho de 2009

TRONQUEIRA AFORA


Para a maioria esmagadora dos trabalhos espirituais a que nos dedicamos, mesmo considerando as diferenças entre as casas e entidades, não é necessária a presença da pessoa que está sendo tratada ou a presença de médiuns em um determinado ambiente, tudo pode ser feito à distância. Lógico que existem situações em que é necessário ir ao local ou a presença física do paciente, mas isso é exceção.
Sou médium de uma casa que por muitos anos fez publicamente a ajuda a um orfanato aqui no Rio.
Com o tempo para nós ficou claro a utilidade da ajuda e a inutilidade de sua divulgação. Como já foi citado, tivemos no princípio desses trabalhos muita ajuda, caminhão lotado de donativos, e com o passar dos anos, por diversos motivos, foi minguando até ser mais prático manter-se por um pequeno grupo de médiuns e assistentes doadores.
Existem também questões éticas a analisar do ponto de vista de quem recebe.
Sempre achei mais saudável evitar grandes demonstrações e exposição desnecessária de médiuns trabalhando fora do ambiente apropriado do terreiro, para mim e para o grupo de que faço parte, pouco importa a distância, os trabalhos são feitos do mesmo jeito, preferimos inclusive a assistência vazia à perturbação de falatórios e desrespeito. E é no trabalho do terreiro que exercemos a plenitude da caridade.
A presença de médiuns em visitas a necessitados não apenas atende às necessidades físicas e emocionais, se por um lado para o necessitado pode ser útil um prato de comida e benéfica a presença de irmãos em oração para ter seu ego afagado e espantar a solidão e o medo, por outro é perigoso para os médiuns, podem cair em armadilhas do ego orgulhoso e exibicionista, que acaba sempre tristemente revelado com o tempo.
Sem falar no quanto é melindrosa a administração de bens doados, e do quanto expõe todos à desconfiança e ao desrespeito.
Penso que podem ser criados grupos de assistência a necessitados compostos de poucas pessoas, preferencialmente de um só ou do mínimo necessário ao trabalho, que represente um centro, desde que devidamente autorizado por seu PDS.
Grandes demonstrações de fé geralmente escondem no fundo a falta dela, ou pior: má intenção.

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